Nova York, EUA. Quase 6.000 voos foram cancelados em todo o mundo no Natal e milhares foram adiados devido à variante ômicron do coronavírus, informou o site Flightaware, o que adiciona a frustração à pandemia.
De acordo com o Flightaware.com, às 19H30 GMT (16H30 de Brasília) já haviam sido cancelados mais de 2.600 voos em todo o planeta no dia de Natal, incluindo 929 com origem ou destino a aeroportos dos Estados Unidos, somados aos 2.231 dos 2.400 cancelados na sexta-feira (24).
Muitas companhias aéreas procuradas pela AFP mencionaram como causa do problema a nova onda da pandemia, que afeta em particular as tripulações.
Pilotos, comissários de bordo e outros funcionários relataram que estavam doentes ou precisaram entrar em quarentena, o que obrigou muitas companhias aéreas a cancelar voos durante um dos períodos de pico das viagens do ano.
A maioria dos voos foi programada antes do surto de ômicron, variante que está se espalhando em grande velocidade e é mais contagiosa do que as anteriores.
De acordo com o Flightaware, a United Airlines teve que cancelar 439 voos na sexta-feira e sábado, o correspondente a 10% das viagens programadas.
"O pico de casos de ômicron em todo país esta semana teve um impacto direto nas nossas tripulações e nas pessoas que dirigem nossas operações", afirmou a empresa em um comunicado, no qual afirma que busca soluções para os passageiros afetados.
A Delta cancelou 280 voos no sábado e 170 na sexta-feira, por causa da ômicron e, em menor medida, devido a condições climáticas adversas.
Onze voos da Alaska Airlines foram cancelados, depois que alguns de seus funcionários relataram terem sido "potencialmente expostos ao vírus" e tiveram que iniciar um confinamento.
As empresas chinesas representaram o maior número de cancelamentos: a China Eastern cancelou 1.000 voos e a Air China 264, o que nos dois casos representa mais de 20% das decolagens programadas.
"Frio incomum"
Os cancelamentos adicionaram frustração à pandemia porque impediram os encontros de muitas famílias no Natal, depois que o Natal de 2020 foi muito prejudicado pela pandemia.
Segundo estimativas da Associação Automobilística Americana (AAA), mais de 109 milhões de americanos devem deixar sua área de residência de avião, trem ou carro, entre 23 de dezembro e 2 de janeiro, um aumento de 34% em relação ao ano passado.
Mas a maioria dos planos de férias e reuniões familiares aconteceu antes do surgimento da variante ômicron, que se tornou dominante nos Estados Unidos, sobrecarregando alguns hospitais e profissionais de saúde.
O estado de Nova York anunciou na sexta-feira um recorde de novos casos de coronavírus em 24 horas com 44.431, em meio a uma retomada das infecções nos Estados Unidos.
Quanto ao clima, enquanto os estados do leste registram temperaturas altas incomuns, o National Weather Service (NWS) alertou para uma frente fria com baixas temperaturas que afetará o oeste.
"Condições de frio anormais e um fluxo de umidade do Pacífico levam a períodos prolongados de neve nas montanhas e chuva na costa e nos vales", disse o NWS em um comunicado.
Espera-se que entre 60 e 48 centímetros de neve caiam neste fim de semana nas montanhas Northern Sierra e Central da Califórnia e Oregon.
A viagem será "traiçoeira e às vezes impossível" das Sierras às Montanhas Rochosas centrais no fim de semana devido às condições de neve, acrescentou o NWS.
FONTE: O TEMPO.