Coordenador da imunização no DF lembra que proteção contra o coronavírus também vale para o H3N2.
Celimar de Meneses
07/01/2022 2:00,atualizado 07/01/2022 0:31
O subsecretário de Vigilância à Saúde e coordenador da vacinação contra a Covid-19 no DF, Divino Valero, pede um retorno da população da capital às medidas de proteção não farmacológicas contra epidemias.
A receita, todo mundo já sabe, trata-se do distanciamento social e uso correto de máscaras. O apelo acontece após o significativo aumento de casos de Covid-19 e de gripe, no país e em Brasília.
Em conversa com o Metrópoles, o gestor, também especialista em saúde coletiva, afirma ver muita “confusão teórica”. Atualmente, o Brasil vive uma epidemia de gripe causada pelo vírus H3N2, subtipo do vírus influenza A conhecido como Darwin.
Ao mesmo tempo, acontece a pandemia causada pelo coronavírus, a qual nos últimos meses foi fortalecida pela variante Ômicron, mais transmissível.
“Há um conjunto de confusões teóricas a respeito desse assunto que leva a esse desordenamento do que é e do que tem de ser feito.
Estamos tendo diversas coinfecções, o que sempre existiu na literatura médica”, explica Valero, referindo-se ao informalmente chamado “Flurona”, quando o paciente é diagnosticado com Gripe (Flu, no inglês) e o coronavírus ao mesmo tempo.
“A melhor proteção contra as duas doenças é distanciamento social, higienização das mãos e uso de máscaras”, lembrou o subsecretário, ponderando que o aumento de casos de Covid e de gripe tem uma mesma causa.
“Imagino como seria uma análise matemática sobre isso, não tínhamos esses casos no início de dezembro, foi pós Natal e Ano Novo.
Foi associado a um relaxamento momentâneo da população nas medidas de prevenção”, cravou Valero.
Aumento de casos versus hospitalização.
A expectativa da Secretaria de Saúde é que aconteça uma “explosão” de novos casos de Covid-19 nos próximos 45 dias.
No entanto, não se espera um aumento preocupante de pessoas internadas e de ocupação de leitos de UTI, à exemplo do ocorrido depois de março de 2021 na capital.
Essa previsão aconteceu por um motivo, diz Valero, agora a população de Brasília está vacinada.
“Estamos constantemente observando a taxa de internação, isso que conta.
Até agora está dentro de uma média esperada. O índice R(t) [que mede a progressão da pandemia] está subindo, mas internação e mortalidade continua caindo. Isso significa que o efeito vacina esta segurando, agora precisamos achar quem ainda não se vacinou, temos 200 mil pessoas que ainda não procuraram os postos”, alerta o subsecretário.
O governo distrital também espera da nova remessa de vacina contra a gripe, dessa vez atualizada para prevenir também a H3N2.
As vacinas disponíveis atualmente nos postos de saúde do DF são do programa de imunização de 2021, e não ajudam tanto contra a nova cepa.
De acordo com Valero, as doses no DF estão acabando, e não existe mais nenhuma vacina contra a Influenza na rede de frio. Ou seja, quando acabarem as doses dos postos de saúde, o DF terá de esperar novas remessas do governo federal.
“O desafio é passar esse surto de Influenza e que os estados e o DF recebam [a vacina contra a gripe] o mais rápido possível, para promover a campanha 2022, é uma questão de capacidade e produção.
Até lá, precisamos fazer as mesmas medidas que combatem a Covid-19, higienização, uso de máscaras, distanciamento social.
Não podemos esquecer o que a pandemia nos ensinou a duras penas”, ponderou o subsecretário de Vigilância à Saúde.
Fonte: www.metropoles.com/distrito-federal/populacao-deve-voltar-a-se-proteger-contra-a-covid-diz-subsecretario
Fábio Vieira/Metrópoles
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